quarta-feira, 13 de julho de 2011

Nossos Amigos Fiéis

Desde sempre, homens e animais de estimação se relacionam e criam laços que costumam ser fonte de grande prazer e, de quebra, ajudam a melhorar a qualidade de vida do dono.
O convívio com cães e gatos faz bem à saúde dos seres humanos. O amor incondicional, as lições de fidelidade, a alegria de brincar, a vitalidade para pular, correr e passear, o dengo na hora do afago, a gratidão pela comida. Tudo isso torna os pets criaturas especiais, capazes de proporcionar melhor qualidade de vida a seus donos – sejam adultos, sejam crianças.

Diversos estudos científicos mostram que ter animais de estimação por perto ajuda a prevenir vários males, e essa “amizade” pode até ter participação importante no tratamento de certas doenças. Uma pesquisa recente feita pelo Instituto de Pesquisa Médica Baker, na Austrália, revelou que quem possui um pet é menos propenso a sofrer com estresse do que a pessoa que não tem. O trabalho, realizado durante três anos, apontou ainda que os animais contribuam para a redução da pressão sanguínea, bem como para a diminuição dos níveis de colesterol.
Outro levantamento, de cientistas da Universidade Warwick, na Grã-Bretanha, indicou que crianças de 4 a 5 anos se recuperam mais rápido de doenças de rotina quando têm animal de estimação em casa. Além desse, um estudo da Society for Companion Animal Studies, também na Grã-Bretanha, apontou que crianças que convivem com um pet apresentam melhor imunidade do que aquelas que não se relacionam com gatos ou cachorros. “A pessoa se sente bem na presença de um animal e isso a torna mais resistente a doenças”, reforça a professora Maria Isabel Sampaio Carmagnani, diretora de enfermagem e coordenadora do Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Aqui no hospital observamos também que a vivência dos nossos pacientes com um cachorro ajuda na diminuição da dor”.

Antiestresse
Mas talvez um dos principais benefícios promovidos pelo contato com bichos domésticos seja a redução da ansiedade e do estresse do dia a dia. “Quando o dono chega da rua, o cachorro abana o rabo e faz festa, já o gato pede carinho e se roça entre suas pernas. Essa troca ajuda a aliviar a tensão acumulada e faz bem ao coração. Interagir com animais relaxa, tira momentaneamente o foco dos problemas, desperta uma sensação de alegria e felicidade e faz com que a pessoa se sinta mais amada”, resume a pesquisadora e ambientalista Vininha Carvalho, presidente da Fundação Animal Livre, de Aparecida (SP). “Até o toque no pelo desencadeia uma série de reações que acalmam e ajudam a relaxar. É o mesmo princípio de qualquer contato com a natureza”.
As crianças pequenas também se beneficiam da relação com os amigos peludos. Além de estimular o desenvolvimento motor e cognitivo, os pets ajudam a proteger de alergias crônicas. Segundo Vininha, os trabalhos sugerem que a presença de cães e gatos nos primeiros anos de vida permite que o corpo da criança construa defesas contra os agentes capazes de produzir alergia, os alergênicos. “E mais: a interação com animais desperta no pequeno o senso de responsabilidade. Ele descobre que o bicho não é um brinquedo e aprende a cuidar dele. Isso é muito bom para a maturidade emocional e reforça regras de relacionamento”, explica Vininha.

Bem-estar emocional
Por serem dóceis e abertos para trocar carinho e atenção, cães e gatos podem ser também um ótimo “remédio” contra depressão e solidão. “Esse relacionamento afetivo faz com que eles se tornem membros da família. Os animais preenchem vazios emocionais na vida de muitas pessoas e isso é saudável”, diz a psicóloga Livia Ribeiro, coordenadora técnica de atendimento do Ateac (Instituto para Atividades, Terapias e Educação Assistida por Animais de Campinas), SP.
Ao mesmo tempo em que os pets fazem bem à alma, eles dão uma força à forma física de seu dono. Para quem possui cachorro, o passeio diário representa mais um aspecto saudável dessa relação. Sair de casa e caminhar 30 minutos é uma recomendação universal para prevenir doenças como o diabetes, a hipertensão e o colesterol alto. Quem costuma levar o cão para dar uma volta também tem um excelente pretexto para interagir com outras pessoas, principalmente as que possuem um animal.
É claro que, para criar um bicho dentro de casa, alguns cuidados são necessários: vacinar, aplicar medicamentos conforme orientação do veterinário, manter sua higiene com banhos a cada 15 dias ou, pelo menos, mensalmente e limpar o ambiente. A dieta deve ser saudável, com alimento especial e de boa qualidade. Os donos também precisam lavar as mãos depois de brincar com seu pet. Bebês e crianças muito pequenas podem compartilhar ambientes e até interagir com animais domésticos, mas evite deixá-los a sós, por segurança. É recomendável, ainda, impedir que o bichinho entre no berço ou lamba a boca do pequeno, principalmente se for um recém-nascido, para evitar problemas.

Animais solidários
É comum o uso de cães e gatos em atividades de ajuda ao ser humano. Veja alguns exemplos:

- Guia - não é de hoje que cachorros são treinados para conduzir portadores de deficiência visual.
Presídio - animais de rua são colocados em contato com detentos e têm ajudado na reintegração deles à sociedade.
Hospitais - com protocolos rigorosos, hospitais buscam humanizar o ambiente com a presença de cachorros e gatos, que interagem com pacientes psiquiátricos, idosos e crianças.
Escolas - já existem métodos pedagógicos que utilizam animais para auxiliar as crianças a ler e escrever.
Catástrofes - além de ajudar no resgate de vítimas, os animais demonstram ter uma enorme capacidade de prever catástrofes naturais, como tsunamis e terremotos. Acredita-se que isso se deva a seus sentidos mais aguçados, principalmente olfato e audição.